Política de privacidade: o que é, como criar e por que é essencial para a LGPD?
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Política de privacidade: o que é, como criar e por que é essencial para a LGPD?

Debora Prudêncio
8 de maio, 2025
6 mins

Na era digital, onde cada clique, cadastro e navegação deixam rastros, a política de privacidade deixou de ser apenas um detalhe técnico. Ela se tornou um documento essencial para qualquer negócio.

Se você já acessou um site e viu um aviso sobre cookies ou foi convidado a aceitar os termos de uso, saiba: você está interagindo com uma estrutura de proteção que tem como base a política de privacidade.

Mas será que a sua empresa ou site está realmente protegido e em conformidade com as leis brasileiras e internacionais de proteção de dados?

Muito mais do que um item obrigatório, essa política é um pilar da confiança digital. Sem ela, você pode estar colocando em risco não só dados sensíveis de seus usuários, mas também a reputação e a estabilidade jurídica do seu negócio.

Neste artigo, vamos explorar como criar uma política robusta, transparente e ajustada às exigências da LGPD, sem juridiquês e com dicas práticas para aplicar as recomendações hoje mesmo.

O que é política de privacidade?

A política de privacidade é um documento essencial que informa aos usuários como suas informações pessoais serão coletadas, utilizadas, armazenadas e protegidas por um site, aplicativo ou serviço.

Ela funciona como um contrato de transparência, permitindo que o visitante do site saiba exatamente o que está sendo feito com seus dados.

Esse documento não apenas protege os direitos do usuário, mas também a reputação da empresa. Em tempos de vazamentos e escândalos envolvendo dados, ter uma política de privacidade clara transmite segurança e credibilidade.

Além disso, ela é um componente essencial da proteção de dados e um fator que contribui diretamente para a construção da confiança digital.

É obrigatório ter uma política de privacidade?

Sim, especialmente para empresas e sites que atuam no Brasil.

A LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) determina que qualquer organização que colete dados pessoais — seja um e-mail para newsletter ou um CPF para cadastro — deve informar aos usuários de forma transparente como esses dados serão utilizados.

Essa exigência não é exclusiva do Brasil. Leis como o GDPR, na Europa, e a CCPA, na Califórnia, seguem a mesma linha.

A falta de conformidade pode gerar multas altíssimas, bloqueios de atividades, perda de parcerias e — o mais grave — a confiança do público. Uma política de privacidade bem estruturada pode ser o que separa um site confiável de um que será abandonado.

Qual é a função da política de privacidade?

A principal função é informar de forma clara como os dados do usuário serão tratados. Isso inclui:

  • Quais dados são coletados e com que finalidade;
  • Se os dados serão compartilhados com terceiros;
  • Quais são os direitos dos titulares de dados (como acesso, correção e exclusão);
  • Quais medidas de segurança são adotadas para proteger essas informações.

Além de garantir a conformidade legal, essa transparência melhora a experiência do usuário (UX), aumenta o tempo de permanência no site e contribui para um melhor ranqueamento no Google, que valoriza páginas que demonstram compromisso com a privacidade.

Quem deve ter uma política de privacidade?

Qualquer empresa, blog, app ou e-commerce que coleta qualquer tipo de dado deve ter uma política de privacidade personalizada. Isso vale para:

  • Sites institucionais e blogs que capturam e-mails;
  • Plataformas de e-commerce que armazenam informações de pagamento;
  • Aplicativos que rastreiam localização ou comportamento do usuário; e
  • Startups e SaaS que usam analytics ou remarketing.

Confira nosso próprio exemplo:

Exemplo de como elaborar uma política de privacidade como a da GEP.

A elaboração pode ser feita internamente, especialmente se a empresa tiver um setor jurídico ou de compliance.

No entanto, muitas optam por contratar um especialista em LGPD ou um advogado especializado em proteção de dados para garantir que o texto esteja de acordo com a lei.

Passo a passo: como elaborar uma política de privacidade

1. Faça um mapeamento de dados

Antes de escrever qualquer linha, é fundamental saber o que está sendo coletado. Seu site registra cookies? Armazena e-mails? Pede CPF no formulário? Identifique todos os pontos de coleta e associe cada um a uma finalidade clara — seja marketing, análise de comportamento ou emissão de nota fiscal.

2. Inclua os itens essenciais

Sua política de privacidade precisa abordar:

  • Tipos de dados coletados: nome, e-mail, IP, localização, cookies, dados sensíveis (como orientação sexual ou dados de saúde, se for o caso);
  • Finalidade do uso: envio de promoções, geração de relatórios, segmentação de anúncios etc.;
  • Compartilhamento com terceiros: plataformas de marketing, ferramentas de pagamento, empresas parceiras;
  • Direitos do usuário: acesso, correção, exclusão, portabilidade dos dados, conforme a LGPD; e
  • Medidas de segurança adotadas: criptografia, backups, controle de acesso.

3. Use linguagem clara e acessível

Evite expressões jurídicas complexas. Fale a língua do usuário. Um bom exemplo seria:

“Coletamos seu e-mail apenas para enviar novidades e conteúdos relacionados aos nossos serviços. Você pode se descadastrar a qualquer momento clicando no link ao final de cada e-mail.”

Transparência, nesse caso, é o melhor argumento de convencimento.

4. Conte com a ajuda de um especialista em LGPD

Nem sempre é simples garantir que sua política esteja 100% adequada à LGPD. Por isso, vale contar com o apoio de um advogado de proteção de dados ou de uma empresa especializada como a GEP Compliance, que oferece consultoria completa.

5. Mantenha a política sempre atualizada

Mudanças nos processos, ferramentas ou estratégias de tratamento de dados exigem revisão da política. Adote uma rotina de atualização anual ou sempre que houver alterações relevantes.

Como a ISO 27701 fortalece sua política de privacidade

Além da conformidade com a LGPD, algumas empresas buscam elevar seu nível de maturidade e demonstrar excelência em privacidade da informação, para isso, a certificação ISO 27701 é uma referência internacional.

A ISO 27701 é uma extensão da ISO 27001, que trata da segurança da informação. Essa norma fornece diretrizes específicas para a gestão da privacidade da informação, tornando-se altamente relevante para empresas que processam dados pessoais de forma sistemática.

Na prática, essa norma ajuda a estruturar e documentar todos os processos relacionados ao ciclo de vida dos dados — da coleta ao descarte. Isso impacta diretamente a elaboração da política de privacidade, que deixa de ser apenas um documento formal e passa a refletir uma postura ativa de conformidade, rastreabilidade e controle.

Vantagens de alinhar sua política com a ISO 27701

  • Garante transparência e consistência nas práticas de privacidade;
  • Facilita auditorias e comprovação de conformidade com leis como a LGPD, GDPR e outras;
  • Reforça a confiança digital junto a clientes, parceiros e investidores;
  • Melhora a maturidade organizacional em gestão de riscos e segurança da informação.

Adotar os princípios da ISO 27701 na sua política também ajuda a evitar lacunas ou falhas comuns, como o uso indevido de dados por terceiros ou a ausência de critérios para retenção de dados sensíveis.

Se sua empresa deseja profissionalizar a forma como lida com privacidade, alinhar sua política de privacidade à ISO 27701 é um passo estratégico que pode abrir portas no mercado nacional e internacional.

Política de privacidade e LGPD: qual a relação?

A LGPD é o alicerce legal que exige que empresas estabeleçam regras claras para o uso de dados pessoais. Uma política de privacidade bem estruturada:

  • Demonstra comprometimento com a lei.

Reduz a taxa de rejeição (quando o visitante sai rápido do site).

  • Melhora a posição no Google, que considera critérios de transparência e usabilidade.
  • Protege sua empresa de sanções e litígios.

Um exemplo concreto foi o caso de empresas penalizadas por não indicarem claramente a coleta de dados via cookies, mesmo utilizando ferramentas como o Google Analytics. A falta de informação explícita comprometeu a conformidade, gerando multas e advertências.

Mais do que um documento: um compromisso com o usuário

Adotar uma política de privacidade não é apenas uma exigência legal: é uma forma de demonstrar respeito, ética e compromisso com os dados dos seus clientes. Empresas que levam isso a sério saem na frente, tanto na confiança quanto nos resultados.

Está em dúvida sobre como criar ou revisar a sua política?

O GEP Compliance pode ajudar! Entre em contato e consulte um de nossos especialistas em LGPD. Vamos juntos proteger o que mais importa: a confiança do seu usuário.

Perguntas frequentes (FAQ)

Posso copiar a política de outro site?

Não. Cada empresa tem suas práticas e finalidades de coleta de dados. Copiar pode gerar incoerências e falta de validade legal.

Precisa atualizar a política regularmente?

Sim. Mudanças na forma de coleta, uso ou compartilhamento de dados exigem atualização imediata. Uma boa prática é revisar a política pelo menos uma vez por ano.

Onde devo exibir a política no meu site?

No rodapé, em formulários de cadastro, em páginas de checkout e no menu principal. Quanto mais visível, melhor.

É necessário consentimento para todos os dados coletados?

Não. O consentimento é apenas uma das bases legais previstas na LGPD para o tratamento de dados pessoais. Ele não é obrigatório para todos os casos. Essa avaliação deve ser feita por um especialista que irá indicar a base legal adequada para cada situação.

A política de cookies deve estar separada?

A LGPD não exige explicitamente que a política de cookies seja um documento separado da política de privacidade. No entanto, é altamente recomendável que ela seja apresentada de forma destacada e acessível, seja como uma seção dentro da política de privacidade ou um documento separado.

A sua empresa possui algum desses desafios?

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