Vazamento de dados: um risco real para empresas e como prevenir
LGPD

Vazamento de dados: um risco real para empresas e como prevenir

Maurício Rotta
2 de maio, 2025
5 mins

A exposição de dados pessoais e empresariais pode acarretar sanções legais severas, prejuízos financeiros e danos irreparáveis à reputação de uma organização – e com regulamentações cada vez mais rígidas e consumidores mais atentos à privacidade, é mais do que estratégico prevenir os vazamentos. 

No entanto, muitas empresas ainda falham na implementação de medidas seguras, tornando-se alvos fáceis para ataques cibernéticos e penalidades severas.

Neste artigo, abordaremos as principais causas dos vazamentos de dados, as regulamentações que impõem diretrizes para a proteção da informação e as melhores práticas para evitar os incidentes. 

Boa leitura!

O que caracteriza um vazamento de dados?

A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) define um incidente de segurança com dados pessoais como qualquer evento adverso confirmado que comprometa a confidencialidade, integridade, disponibilidade ou autenticidade desses dados.

E, para além das consequências financeiras e jurídicas, as empresas enfrentam uma grave crise de confiança com seus clientes e parceiros comerciais.

Para exemplificar, temos o caso da Toyota, que em 2019 sofreu um vazamento após funcionários clicarem em e-mails fraudulentos, permitindo que hackers acessassem dados de milhões de clientes.

A falta de treinamento das equipes e a implementação de filtros de segurança para e-mails corporativos, ocasionou o vazamento de mais de 296 mil informações de clientes. 

Regulamentações e impactos legais do vazamento de dados

 

Como falamos anteriormente, quem define o que configura um incidente de segurança com dados pessoais é a ANPD, enquanto a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor no Brasil, estabelece regras para o tratamento de dados pessoais e prevê penalidades para organizações que descumprirem suas diretrizes. 

De acordo com o artigo 48 da LGPD, é obrigação do controlador comunicar à ANPD e aos titulares dos dados a ocorrência de incidentes de segurança que possam acarretar risco ou dano relevante aos titulares. 

E, mais importante: existe um prazo definido para a comunicação, definido pela própria ANPD. Essa medida é imprescindível para demonstrar o compromisso com a transparência, mitigar os danos do vazamento de dados e estar em conformidade legal. 

Neste sentido, a figura do DPO é fundamental para garantir que a comunicação dos incidentes seja feita corretamente e a tempo, visto que o DPO é responsável por atuar como um intermediário entre a empresa, a ANPD e os titulares dos dados.

No próximo tópico, explicaremos mais sobre a relação do Encarregado com as medidas para evitar os danos de um vazamento de dados. 

Voltando aos impactos legais dos vazamentos, a LGPD também prevê punições financeiras, com multas que podem chegar a 2% do faturamento anual da organização, limitadas a R$50 milhões por infração.

No caso da legislação global, na União Europeia, o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) é ainda mais rígido, exigindo que as empresas informem vazamentos de dados em até 72 horas. 

As penalidades financeiras seguem a mesma linha de rigidez e podem chegar a 4% do faturamento global ou 20 milhões de euros, o que for maior. 

Além da LGPD e do GDPR, outras leis impõem regras rigorosas para a proteção de dados. A Bundesdatenschutzgesetz (BDSG), da Alemanha, complementa o GDPR com exigências específicas para o país. 

Na Rússia, a Lei Federal de Proteção de Dados Pessoais (152-FZ) obriga empresas a armazenar dados de cidadãos russos em servidores locais, com penalidades para quem descumprir a norma.

Como evitar os vazamentos de dados e o que fazer em incidentes?

Agora que entendemos quais os danos e multas, precisamos ser transparentes: os vazamentos de dados são praticamente inevitáveis. Neste sentido, voltamos à importância do DPO para conter as penalidades. 

Mas, mesmo entendendo o papel imprescindível de um Encarregado, ter um DPO interno exige muito das empresas – que muitas vezes enfrentam riscos trabalhistas por acúmulo de funções ao elencar um funcionário para exercer o cargo, resultando também em falhas na conformidade. 

E, com o alto custo de contratação de um DPO dedicado, essa prática pode ser bem comum. Neste sentido, o DPO as a service surge como uma solução para tratar os vazamento de dados – que, como citamos anteriormente, é inevitável. 

No modelo de DPO as a Service, essa responsabilidade é terceirizada para especialistas com experiência em gestão de crises de privacidade e conformidade regulatória, assegurando que as empresas estejam preparadas para lidar com vazamentos de dados de forma estratégica e em conformidade com a legislação.

Além disso, o DPO as a service coordena a resposta aos incidentes, assessora a organização sobre as melhores práticas de mitigação de riscos e assegura que os registros de incidentes sejam devidamente preenchidos e documentados.

E, agora que voltamos a importância de registrar os incidentes, essa prática é essencial para demonstrar a responsabilidade do controlador com a ANPD e os titulares de dados, evitar as sanções administrativas que elencamos no tópico anterior e permitir que os titulares também se protejam das possíveis consequências do incidente. 

Entendido o ponto das medidas para redução dos danos, é importante ressaltar que as medidas para reduzir os riscos de vazamento não podem ser deixadas de lado. Para te ajudar, separamos 03 práticas. 

Programa de governança em privacidade; 

A implementação de um Programa de Governança em Privacidade é uma exigência para que as organizações se adequem à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e evitem riscos jurídicos, financeiros e reputacionais. 

Neste sentido, o programa deve estabelecer diretrizes, processos e mecanismos de monitoramento contínuo para garantir que o tratamento de dados pessoais seja feito de maneira segura e em conformidade com a legislação vigente.

Sem um programa de governança, as empresas ficam expostas a sanções da ANPD, além de ações judiciais movidas por titulares afetados por eventuais falhas na proteção de suas informações. 

Com um programa de governança e privacidade, as organizações contam com práticas como: 

  • Mapeamento de dados e avaliação de riscos; 
  • Treinamento para os colaboradores – para evitar falhas humanas;
  • Monitoramento dos dados; 
  • Auditorias regulares; 
  • Plano de resposta a incidentes. 

Treinamento de equipes e monitoramento contínuo

Como evidenciamos no tópico acima, o treinamento das equipes e o monitoramento contínuo dos dados são imprescindíveis para prevenir as falhas no tratamento das informações. 

Muitas vezes, os vazamentos de dados ocorrem por erro humano – como o caso da Toyota exemplifica bem. Por isso, treinar as equipes para reconhecer ameaças, como ataques de phishing e engenharia social, pode reduzir significativamente os riscos de vazamento de dados. 

Outro aspecto importante é o monitoramento contínuo dos sistemas, com auditorias de privacidade e proteção de dados, por exemplo. 

Um caso que exemplifica bem a negligência com monitoramento contínuo, foi o ataque WannaCry, em 2017, que aproveitou uma falha no Windows que já havia sido identificada, mas muitas empresas não haviam atualizado seus sistemas. 

O resultado dessa negligência? Mais de 200 mil computadores em 150 países foram infectados – com prejuízos bilionários. 

Segurança na nuvem e gestão de acessos

Com a crescente migração de dados para a nuvem, as empresas que operam nesse ambiente devem implementar criptografia de ponta a ponta e autenticação reforçada para reduzir os riscos de acessos não autorizados.

Empresas como Google e Microsoft adotam o conceito de segurança de confiança zero (Zero Trust Security), no qual cada acesso é verificado individualmente, independentemente da rede de origem. 

As vantagens desse modelo são claras: ele reduz significativamente as chances de invasão, proporcionando maior proteção aos dados corporativos.

Além disso, as políticas de privacidade de dados na nuvem também devem fazer parte do escopo, com a restrição de acesso a informações sensíveis, segmentação de dados e auditorias periódicas para garantir que as políticas de segurança estejam sendo seguidas. 

Proteja sua empresa de vazamento de dados com a GEP

Agora que você já entendeu sobre o que caracteriza um vazamento de dados, quais as regulamentações e suas punições e algumas práticas para garantir a conformidade da proteção dos dados, vale ressaltar que adotar algumas mudanças, sem conhecimento do contexto da sua organização, pode ser um esforço inválido. 

Por isso, a prevenção de vazamentos de dados precisa ir além: o cumprimento total das diretrizes e implementação de medidas de compliance, boa governança e privacidade de dados são ótimas formas de evitar as não-conformidades e, consequentemente, mitigar os riscos. 

A GEP – Soluções em Compliance oferece soluções especializadas em governança corporativa e proteção de dados, ajudando empresas a se adequarem à LGPD, GDPR e outras normativas globais. 

Com um time de especialistas, garantimos que sua organização esteja protegida contra riscos regulatórios e ameaças cibernéticas.

Conheça algumas das nossas soluções para evitar penalidades com vazamento de dados: 

  • Adequação à LGPD e regulamentações internacionais;
  • Consultoria para implementação de medidas de segurança;
  • Auditorias internas e certificações de boas práticas;
  • Terceirização de encarregado de dados (DPO as a Service);
  • Planos de resposta a incidentes e mitigação de riscos.

Entre em contato com nossos especialistas para encontrar a melhor solução para sua organização.

A sua empresa possui algum desses desafios?

GEP-Compliance

Falta de tempo

GEP-Compliance

Falta de equipe

GEP-Compliance

Falta de conhecimento

Entre em contato com nossos especialistas que vamos te ajudar!

Outros conteúdos

Inscreva-se em nossa newsletter

Acesse, em primeira mão, as nossas principais notícias diretamente em seu e-mail