Nos últimos anos, a sustentabilidade deixou de ser um diferencial para se tornar uma ferramenta poderosa e uma obrigação estratégica. Empresas que não se adaptarem às demandas ambientais, sociais e de governança (ESG) correm o risco de perder investidores, clientes e até mesmo enfrentar penalidades regulatórias. Nesse cenário, o relatório de sustentabilidade GRI (Global Reporting Initiative) surge como o padrão-ouro para organizações que desejam comunicar seu desempenho de forma transparente e comparável.
Mas, o que exatamente significa elaborar um relatório de sustentabilidade GRI? Quais são os benefícios reais para as empresas que decidem seguir essa metodologia e adotar um modelo de transparência robusto? Neste artigo, vamos explorar de maneira detalhada o que é esse relatório, como ele pode ser estruturado, quais indicadores devem ser utilizados, e ainda, apresentar exemplos de empresas que já o adotam. Prepare-se para entender como o relatório de sustentabilidade GRI pode ajudar a sua empresa a se destacar em um mercado cada vez mais exigente e consciente.
O relatório de sustentabilidade GRI é um dos frameworks mais amplamente utilizados por empresas em todo o mundo para divulgar suas práticas e resultados relacionados à sustentabilidade. Ele serve como um meio de comunicação entre a organização e seus stakeholders, como investidores, clientes, funcionários e a sociedade em geral, permitindo que a empresa mostre de forma clara e transparente suas ações em três áreas fundamentais: ambiental, social e de governança (ESG).
A iniciativa GRI foi criada para garantir que as empresas adotem uma abordagem mais holística e responsável em relação ao impacto que suas atividades causam no planeta e na sociedade. Utilizando um conjunto de diretrizes específicas, a GRI permite que as empresas gerenciem melhor sua performance sustentável, ao mesmo tempo que transmitem essas informações de forma objetiva e comparável, o que torna mais fácil para os stakeholders avaliarem o real compromisso da organização com a sustentabilidade.
O relatório GRI tem como base uma série de critérios e padrões que ajudam as empresas a organizar e apresentar dados de forma padronizada. A partir dessas informações, a empresa pode comunicar seu compromisso com a responsabilidade social corporativa, cumprir com exigências regulatórias e ainda atrair investidores interessados em práticas sustentáveis.
É importante diferenciar relatórios que se inspiram ou utilizam parcialmente os padrões GRI daqueles que estão oficialmente em conformidade com o GRI. Para estar em conformidade, o relatório precisa seguir os requisitos descritos nos Padrões GRI mais recentes e comunicar isso adequadamente em seu conteúdo, conforme orientações da própria Global Reporting Initiative.
A implementação de um relatório de sustentabilidade GRI pode aumentar a confiança dos consumidores, uma vez que ela demonstra a integridade e o compromisso real com a ética e a sustentabilidade. A grande vantagem é que o GRI permite uma abordagem modular, ou seja, as empresas podem escolher quais tópicos são mais relevantes para seu setor, garantindo flexibilidade sem perder a credibilidade.
Os indicadores GRI são fundamentais para a criação do relatório de sustentabilidade GRI, pois ajudam a medir e monitorar o desempenho das empresas nas dimensões de sustentabilidade. Esses indicadores abrangem uma gama extensa de aspectos, que vão desde a gestão ambiental até os direitos humanos, abordando questões sociais e de governança.
De maneira geral, os indicadores são divididos em três áreas principais:
Esses indicadores são essenciais, pois fornecem uma base concreta para as empresas medirem e reportarem sua performance em áreas críticas para a sustentabilidade. Quanto mais robusto for o relatório, mais confiáveis serão as informações apresentadas, e isso, por sua vez, ajudará a construir uma imagem sólida e transparente perante os stakeholders, ajudando a evitar o greenwashing, por exemplo.
A versão mais recente dos Padrões GRI é, de facto, a de 2021, que introduziu mudanças importantes, como a integração de temas materiais (aqueles que são significativos para a organização e para os seus stakeholders) e uma estrutura mais clara entre os padrões universais, setoriais e temáticos.
A estrutura dos padrões foi simplificada e organizada em três tipos:
Categoria | Indicadores-Chave | Aplicação |
Ambiental | GRI 302 (Energia) | Medir eficiência energética |
GRI 305 (Emissões) | Reportar carbono escopo 1, 2 e 3 | |
Social | GRI 403 (Saúde e Segurança) | Acidentes de trabalho |
GRI 404 (Treinamento) | Capacitação de colaboradores | |
Governança | GRI 205 (Anticorrupção) | Conformidade legal |
Setorial | GRI 201 (Finanças) | Bancos e seguros |
Muitas grandes empresas ao redor do mundo já adotaram o relatório de sustentabilidade GRI como ferramenta de gestão e comunicação. No Brasil, a adoção dessa prática tem se tornado cada vez mais comum, com empresas de diferentes setores reconhecendo a importância de se alinharem a essa metodologia.
Exemplos notáveis de empresas que já adotam o relatório de sustentabilidade GRI incluem:
Essas empresas são apenas algumas das muitas que já utilizam os padrões GRI para estruturar seus relatórios de sustentabilidade. A adoção dessa prática demonstra o compromisso das empresas com a transparência, a ética e a responsabilidade social e ambiental.
Elaborar um relatório de sustentabilidade GRI requer planejamento e uma abordagem estruturada. A seguir, destacamos os principais passos para a criação de um relatório eficaz.
Antes de começar, é essencial definir claramente os objetivos do relatório. A empresa precisa entender quais informações são mais relevantes para seus stakeholders e como essas informações serão coletadas e apresentadas. Você pode escolher entre Core (Essencial) ou Comprehensive (Abrangente ou Detalhado).
Para estar em conformidade com os padrões GRI, as organizações precisam realizar uma avaliação de materialidade. Esse processo identifica os temas mais relevantes para a empresa e seus stakeholders, com base nos impactos reais ou potenciais causados pela atividade empresarial no meio ambiente, na economia e na sociedade. A avaliação de materialidade também deve ser documentada e descrita no relatório, incluindo a metodologia, as partes interessadas consultadas e os critérios usados na análise.
Com base nas diretrizes da GRI, a empresa deve escolher os indicadores que mais se alinham com suas atividades. Esses indicadores devem refletir o impacto real da organização em questões ambientais, sociais e de governança.
A coleta de dados é uma etapa crucial, pois as informações devem ser precisas e verificáveis. Para isso, é imprescindível engajar diferentes departamentos (RH e Jurídico, por exemplo) para ajudar nessa tarefa.
Após a coleta dos dados, a próxima etapa é redigir o relatório. É importante que a linguagem seja clara, objetiva e acessível a todos os tipos de stakeholders. O relatório deve incluir gráficos, tabelas e outras ferramentas visuais para facilitar a compreensão das informações. Não se esqueça de seguir os padrões GRI, disponíveis na versão Universal Standards 2021. Inclua metas de curto/longo prazo.
Após a redação, a empresa deve incluir uma declaração de conformidade com os Padrões GRI e indicar a versão utilizada. Essa declaração é um dos requisitos formais do GRI e garante transparência e comparabilidade. Não é necessário enviar o relatório ao Global Reporting Initiative para validação, mas ele pode ser disponibilizado publicamente no site da organização ou em repositórios de boas práticas.
É fundamental que o relatório seja transparente e honesto, destacando não apenas as conquistas da empresa, mas também as áreas que necessitam de melhorias. Isso demonstra integridade e compromete a empresa a buscar constantemente o aprimoramento. Você pode submeter o relatório a uma auditoria externa para transmitir maior credibilidade, e não deixe de disponibilizá-lo em formatos acessíveis (PDF, XHTML, plataformas digitais).
Em um mundo cada vez mais consciente da necessidade de práticas empresariais sustentáveis, adotar um relatório de sustentabilidade GRI não é apenas uma escolha estratégica, mas uma obrigação para empresas que buscam transparência e responsabilidade. Em 2025, a União Europeia passará a exigir relatórios GRI auditados para empresas com mais de 250 funcionários.
Portanto, ao seguir os padrões estabelecidos pela GRI, as empresas têm a oportunidade de se destacar no mercado, conquistar a confiança dos consumidores e atender às crescentes demandas por dados claros e confiáveis sobre suas práticas.
Para garantir que o seu relatório de sustentabilidade GRI seja eficaz e esteja em conformidade com as melhores práticas, conte com a experiência da GEP Compliance. Nossos especialistas estão prontos para ajudar a sua empresa a estruturar e implementar um relatório transparente e impactante, garantindo que você atenda às exigências do mercado e se destaque em um mundo cada vez mais orientado pela sustentabilidade.
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Não. O GRI ainda não é obrigatório no Brasil, mesmo para empresas listadas na B3 ou no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). No entanto, seu uso é amplamente recomendado por investidores e reguladores. Já empresas que operam na União Europeia precisarão se adequar à CSRD a partir de 2025 — e o uso do GRI pode ajudar a atender parte desses requisitos.
GRI foca nos impactos que a empresa causa na sociedade, no meio ambiente e na economia — ou seja, materialidade do impacto. Já os padrões do ISSB (International Sustainability Standards Board) — como o IFRS S1 e S2 — priorizam os riscos e oportunidades que questões ambientais, sociais e de governança trazem para os negócios — ou seja, materialidade financeira.
A CSRD (Corporate Sustainability Reporting Directive) é a nova diretriz da União Europeia que exige que empresas publiquem relatórios de sustentabilidade mais completos e auditáveis. Para isso, elas devem seguir os ESRS (European Sustainability Reporting Standards). O GRI foi uma das principais referências na construção desses padrões, especialmente em temas como dupla materialidade, cadeias de suprimento e direitos humanos. Empresas que já reportam com base no GRI terão mais facilidade na transição para a CSRD, mas ainda precisarão se adequar a exigências específicas dos ESRS.
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