Sucessão em empresas familiares: como garantir a continuidade e o sucesso do seu legado
Compliance

Sucessão em empresas familiares: como garantir a continuidade e o sucesso do seu legado

Eduardo Claudino
12 de maio, 2025
4 mins

A sucessão em empresas familiares é uma daquelas questões que muitos empresários tendem a adiar, mas que, quando ignorada, pode comprometer toda uma história de conquistas. Segundo dados do Sebrae, apenas 30% das empresas familiares sobrevivem à segunda geração, e menos de 5% chegam à terceira. Por que esse processo é tão desafiador? Em grande parte, isso se deve à uma complexa mistura de emoções, conflitos de interesses e falta de preparação que muitas vezes acompanha a transição de comando.

Mas não precisa ser assim. Com um planejamento estruturado, governança clara e diálogo aberto, é possível transformar esse desafio em uma oportunidade de crescimento. Neste artigo, vamos explorar o que é sucessão familiar, os principais obstáculos, como implementá-la com sucesso e os riscos de negligenciar esse processo. Se você é um empresário, herdeiro ou consultor, este conteúdo vai ajudar a garantir que o legado da sua empresa continue por muitas gerações.

O que é a sucessão familiar em uma empresa?

A sucessão em empresas familiares é o processo de transferência do controle, da gestão do negócio e da propriedade de uma geração para outra. Em geral, diferente de empresas não familiares, onde a escolha do sucessor baseia-se em competência técnica, nas empresas familiares, laços afetivos, tradições e dinâmicas de poder podem influenciar – e muito – a decisão.

Em outras palavras, vai muito além de simplesmente nomear um novo diretor ou presidente. Trata-se de um planejamento estratégico que envolve governança, cultura organizacional, preparo técnico e emocional dos sucessores, além de questões jurídicas e financeiras: quem assumirá o comando operacional? Como serão distribuídas as ações ou quotas? Quais serão os novos processos e estratégias?

Esse processo é crucial para garantir a longevidade da empresa, preservar o patrimônio e alinhar os interesses familiares com os objetivos corporativos. Quando bem executada, a sucessão fortalece a estrutura da empresa, atrai talentos, melhora o desempenho financeiro e reduz os riscos de conflitos internos. Empresas como Natura e Grupo Votorantim são exemplos de sucessões bem-sucedidas, onde a transição foi feita gradualmente e com planejamento estratégico.

O que pode dificultar a sucessão nas empresas familiares?

Apesar da sua importância, muitos fatores podem complicar a sucessão em empresas familiares. Um dos principais é a ausência de um plano formal. Muitas vezes, os fundadores evitam discutir o tema por receio de conflitos ou por acreditarem que ainda têm tempo para isso. Adiar é um erro comum e pode ser fatal.

Além disso, há a questão emocional: o apego ao poder, o medo de perder o controle e a dificuldade em aceitar novas ideias podem travar o processo. Também é comum que os herdeiros não estejam preparados — seja por falta de experiência, interesse ou capacitação técnica. E mesmo quando há sucessores dispostos, as disputas entre irmãos ou parentes podem gerar tensões que comprometem o clima organizacional.

 

Outro fator complicador é a falta de uma governança sólida. Sem conselhos de administração ou comitês familiares, as decisões ficam centralizadas e vulneráveis a pressões emocionais e conflitos de interesse. Isso reduz a transparência e dificulta a continuidade dos negócios de forma profissionalizada.

Um estudo do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) mostra que empresas com protocolos de sucessão definidos têm 70% mais chances de sucesso.

Como funciona a sucessão de uma empresa?

O processo ideal de sucessão em empresas familiares começa com antecedência. Ele envolve a identificação de potenciais sucessores, sua capacitação ao longo do tempo e a implementação de estruturas de governança corporativa para apoiar essa transição. Muitos especialistas recomendam iniciar esse planejamento pelo menos de 5 a 10 anos antes da saída efetiva do fundador.

O primeiro passo é o diálogo: a família deve discutir expectativas, papéis e valores. A seguir, é importante criar um plano de desenvolvimento para os sucessores, que pode incluir mentorias, formação acadêmica, vivência em diferentes áreas da empresa e até experiências fora do negócio familiar.

Além disso, é fundamental contar com apoio jurídico e financeiro. A criação de uma holding familiar, por exemplo, pode ajudar a organizar o patrimônio e reduzir os impactos tributários da transferência. Já um acordo de acionistas pode definir regras claras para entrada e saída de sócios, remuneração e tomada de decisões, protegendo o negócio de futuros impasses.

Empresas que investem nesse processo com seriedade colhem frutos no longo prazo: uma transição mais tranquila, maior engajamento dos colaboradores e crescimento sustentável, mesmo após a troca de comando.

Em resumo, não existe uma fórmula única, mas algumas etapas essenciais devem ser seguidas. Confira nossa mini checklist:

Planejamento antecipado (10+ anos antes)

  •       Identificar potenciais sucessores.
  •       Criar um comitê de sucessão com membros da família e conselheiros independentes.

Preparação dos herdeiros

  •       Inserção gradual no negócio, começando em cargos operacionais.
  •       Mentoria com líderes experientes.
  •       Capacitação em gestão, finanças e governança.

Estruturação jurídica e financeira

  •       Criação de uma holding familiar para proteger o patrimônio.
  •       Planejamento tributário para reduzir impostos.

Comunicação clara e transparente

  •       Evitar surpresas e conflitos com diálogo aberto.
  •       Formalizar acordos em um protocolo familiar.

Quais são os riscos de não planejar a sucessão em empresas familiares?

Ignorar a sucessão em empresas familiares é como pilotar um avião sem pensar em quem vai assumir o manche depois que o piloto se aposentar. O risco é de queda — e, no mundo corporativo, isso significa perda de mercado, conflitos internos, quebra de confiança e, em muitos casos, falência.

Casos como Maksoud Plaza e Woolworth mostram como a falta de planejamento pode destruir até mesmo impérios familiares consolidados. A falta de preparo e a ausência de governança são os principais motivos. Sem um plano claro, os herdeiros podem se sentir perdidos ou despreparados, o que abre espaço para disputas, decisões impulsivas e até processos judiciais.

Outro risco é a descontinuidade do negócio. Clientes, fornecedores e colaboradores percebem a instabilidade e podem buscar alternativas mais sólidas. Investidores também se afastam diante da falta de previsibilidade e transparência. Em suma: sem planejamento, a sucessão vira um campo minado — e poucos conseguem atravessar sem perdas.

O futuro da empresa depende do planejamento de hoje

Garantir uma sucessão em empresas familiares bem-sucedida não é um luxo — é uma necessidade estratégica. Não se trata apenas de passar o bastão, mas de garantir que ele seja recebido por alguém preparado, alinhado com os valores da empresa e capaz de conduzi-la aos próximos desafios.

Se você é empresário e ainda não começou esse processo, o momento ideal é agora. Quanto antes você estruturar a sucessão, mais tempo terá para corrigir falhas, preparar herdeiros e fortalecer sua governança.

Se a sua empresa familiar está enfrentando esse desafio, não espere até que seja tarde. A GEP Compliance oferece consultoria especializada para ajudar na estruturação desse processo, garantindo segurança jurídica, redução de conflitos e transição tranquila.

Entre em contato conosco e garanta a perpetuidade do seu legado empresarial.

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