ESG e sustentabilidade corporativa: entenda o significado
Neste post você vai aprender tudo sobre o significado de ESG e de sustentabilidade corporativa. Você vai conhecer, ainda, os principais índices e métricas para aferição dessas práticas, além, claro, de descobrir como implementá-los, na prática, dentro da sua organização.
O significado de ESG
ESG e sustentabilidade corporativa estão umbilicalmente ligados entre si.
Como já destacamos no blog, ESG (Environmental, Social and Governance) diz respeito, basicamente, a práticas empresariais responsáveis relacionadas a aspectos ambientais, sociais e de governança.
É, em outras palavras, o tripé basilar da nova visão organizacional, representando uma verdadeira releitura do “shareholder capitalism”, com foco na geração de valor a longo prazo.
Por meio do ESG, o capitalismo das “partes interessadas” ganha força, passando-se a combater a teoria da maximização de valor aos acionistas e a se valorizar o equilíbrio entre os seus interesses e os dos demais stakeholders.
Sob essa ótica, a inclusão de práticas ESG nas empresas vem se concretizando como um dos principais pilares de um movimento de renovação do capitalismo do século XXI.
Não por acaso, os temas relacionados a ESG vêm ganhando cada vez mais espaços em agendas de instituições tradicionais como o IBGC e o Business Roundtable, bem como em manifestos mundiais, tais como o que ocorreu em Davos.
Por essas razões, o ESG representa um novo paradigma empresarial e não apenas mais um “modelo de negócio” das empresas do século XXI. Ele permite, na realidade, uma reflexão profunda no verdadeiro propósito das organizações.
Sustentabilidade corporativa e a sua relação com o ESG
Inicialmente, é importante esclarecer que a sustentabilidade corporativa vai muito além do que um aparente desenvolvimento sustentável, sob a perspectiva unicamente ambiental.
Na realidade, como o próprio nome diz, a sustentabilidade corporativa se relaciona com a organização como um todo, tanto do ponto de vista ambiental, quanto do ambiental e da governança.
Sob essa ótica, a ONU propôs aos seus países-membros uma nova agenda de desenvolvimento sustentável composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com o objetivo de acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima, além de garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. São eles:
Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;
Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável;
Objetivo. 3 Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades;
Objetivo 4 Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos;
Objetivo 5 Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas;
Objetivo 6 Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos;
Objetivo 7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos;
Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos;
Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação;
Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles;
Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis;
Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis;
Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos;
Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável;
Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade;
Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis;
Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Como se vê, a sustentabilidade corporativa visa, dentre outros aspectos:
- impulsionar a vantagem competitiva, por meio do engajamento de todas as partes interessadas;
- aprimorar mecanismos de gerenciamento de riscos;
- fomentar a inovação;
- construir uma relação de confiança;
- atrair e engajar colaboradores;
- equilibrar os interesses dos stakeholders.
Indicadores de efetividade das políticas ESG e de sustentabilidade corporativa
As métricas ESG funcionam não apenas como um mecanismo efetivo para aferir a implementação desses conceitos, mas também para evidenciar documentalmente tais práticas.
Objetivamente, tais métricas visam a combater situações, que podem, até mesmo, vir a caracterizar o que denominamos de greenwashing (maquiagem verde” ou “lavagem verde”), ou seja, a criação de uma falsa aparência de sustentabilidade empresarial.
Daí a importância de tais indicadores.
Do ponto de vista internacional, podemos mencionar as métricas do capitalismo de stakeholders do Fórum Econômico Mundial, que foram elaboradas pelo International Business Council (IBC), as métricas estabelecidas pela Global Reporting Initiative (GRI) – atualmente a mais utilizada no mundo -, Sustainability Accountig Standards Board (SASB), Climate Disclosoure Standards Board (CDSB) e pela Task Force on Climate-related Financial Disclosoure (TCFD).
No Brasil, do mesmo modo, há diversos índices que avaliam a efetividade dos pilares do ESG nas organizações, podendo-se mencionar as Resoluções do Conselho Monetário Nacional n. 4.943/2021, 4.944/2021 e 4.945/2021, as Instruções da Comissão de Valores Mobiliários n. 480/2009 e 586/2017, o próprio Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 e mais recentemente a ABNT PR 2030:2022, que trata sobre Conceitos, diretrizes e modelo de avaliação e direcionamento para organizações no tema ESG.
Mas, afinal, como implementar, na prática, o ESG e a sustentabilidade corporativa na sua organização?
Inicialmente, cumpre destacar que não há qualquer uniformidade em relação à forma de implementação de políticas ESG e de sustentabilidade corporativa. O que há, na realidade, é a busca de seguir melhores práticas em relação ao tema, tendo por base os índices mencionados anteriormente.
Mas aqui vão algumas dicas.
Antes de mais nada, é preciso verificar se a sua organização já possui algumas ações implementadas e em que nível de profundidade. É que em grande parte das vezes, as empresas já possuem iniciativas, mas ainda de modo pontual e não sistematizado.
Por essa razão, não há dúvidas de que é importante realizar um primeiro diagnóstico, para entender o quão distante você está das melhores práticas acerca do tema.
Além disso, é de extrema importância definir a real necessidade da sua organização, a fim de bem delimitar o escopo e a “profundidade” desse gap assessment.
A título exemplificativo, há empresas que tem como objetivo a entrada na B3; há outras que buscam investimentos internacionais, o que faz com que sigam as métricas estabelecidas pela Global Reporting Initiative (GRI); há outras, por sua vez, que desejam seguir as melhores práticas estabelecidas pelas normas ISO, buscando, assim, implementar as orientações da ABNT PR 2030:2022.
Após o diagnóstico, é de extrema importância definir os planos de ação necessários para se alcançar tais resultados, por meio, por exemplo, de uma Matriz RACI.
Como se vê, a implementação de práticas ESG não é uma tarefa simples ou linear, cabendo à organização refletir sobre a possibilidade de se internalizar ou, eventualmente, contar com o apoio de um time de especialistas.
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