Quando pensamos em séries jurídicas, Suits é um nome bastante conhecido e que imediatamente vem à mente.
Com diálogos rápidos, personagens carismáticos e uma boa dose de tensão corporativa, a trama conquistou não apenas os apaixonados pelo Direito, mas também quem se interessa por liderança, estratégias empresariais e até dilemas éticos.
Mas, para além do entretenimento, entre um julgamento improvisado e um jogo de poder no escritório, há algo que Suits escancara: os riscos de não fazer uma boa due diligence de pessoas.
Neste artigo, elencamos os principais ensinamentos que a série traz sobre esse processo tão importante dentro de um programa de compliance. Afinal, a cada episódio, a história nos mostra o quanto deixar de investigar quem está ao nosso lado pode custar caro, seja para a reputação, a segurança jurídica ou até mesmo para a sobrevivência de uma organização.
Se a ficção nos dá liberdade para torcer por personagens que burlam regras, a vida real exige muita responsabilidade. E é aí que entra a due diligence de pessoas como ferramenta preventiva, estratégica e indispensável para qualquer empresa ética!
Lançada em 2011, Suits se passa em um escritório de advocacia fictício em Manhattan, o Pearson Hardman.
Dentro da sofisticação do escritório, acompanhamos a relação entre Harvey Specter, um dos melhores closer lawyers (termo usado para advogados especialistas em fechar acordos e negociações complexas) de Nova York e Mike Ross, um jovem com memória fotográfica que, apesar de não ter formação jurídica, é contratado como advogado.
A partir desse segredo, a série mergulha em dilemas éticos, estratégias para manter aparências, manobras arriscadas e, claro, um cenário onde a habilidade individual parece valer mais do que a conformidade legal. Com isso, Suits entrega muito mais do que entretenimento, mas sim um campo fértil para debater temas ligados à conformidade regulatória, gestão de riscos e integridade nas relações corporativas.
Ao longo de suas nove temporadas, a série Suits conta com diversos episódios que revelam o impacto da ausência de uma investigação prévia adequada sobre profissionais estratégicos.
A contratação de Mike Ross sem diploma é apenas o início de tudo. A cada desdobramento da trama, observamos como decisões baseadas em aparência, confiança pessoal ou conveniência imediata abrem brechas perigosas para a empresa, seus sócios e seus clientes.
Para te explicar melhor, separamos 6 aprendizados centrais da série, conectando as situações vividas pelos personagens com princípios e práticas da due diligence de pessoas, como validação documental, análise reputacional, verificação de antecedentes e mapeamento de conflitos de interesse.
Vamos lá?
A contratação de Mike Ross, sem que ele sequer tivesse um diploma de Direito, foi o gatilho para boa parte dos conflitos enfrentados pelo escritório. Mesmo que o personagem demonstrasse habilidade jurídica impressionante, ele não atendia aos requisitos formais da profissão.
Esse ponto toca diretamente em uma das etapas fundamentais da due diligence de pessoas: a validação de credenciais acadêmicas e profissionais.
Por isso, o processo de verificação é essencial antes de qualquer contratação. O candidato deve ter formação condizente com a função, registro em conselhos e ordens profissionais (como a OAB) e as certificações obrigatórias sempre atualizadas.
Sem essa checagem, a empresa corre o risco de incorrer em fraude na contratação e, pior, comprometer sua atuação legal e reputacional no mercado.
Ao longo da série, vemos que a revelação do passado de Mike ameaça contratos importantes, alianças estratégicas e até a permanência de sócios na empresa. E aí, a reputação do escritório, cuidadosamente construída ao longo dos anos, entra em xeque.
Na prática, é isso que acontece quando a análise reputacional não é feita de forma criteriosa.
Esse tipo de due diligence avalia:
Mais do que uma checagem formal, a análise reputacional mostra se o profissional compartilha dos valores éticos e da imagem institucional que a empresa deseja preservar.
Jessica Pearson e Harvey Specter, ao escolherem manter o segredo de Mike, tornam-se co-responsáveis pelas consequências desse ato.
Na vida real, a omissão de informações relevantes ou o encobrimento deliberado de riscos pode gerar responsabilidade solidária, tanto civil quanto penal, para os gestores envolvidos.
Esse é um alerta importante: a due diligence não serve apenas para “descobrir” problemas, mas também para formalizar que eles foram verificados, investigados e considerados na tomada de decisão.
Quando ignoramos sinais de alerta, como inconsistências no histórico profissional ou lacunas no currículo, corremos o risco de violar políticas internas de compliance, quebrar a confiança com stakeholders e ser responsabilizados por negligência em auditorias ou investigações.
Ao assistir Suits, é impossível não perceber o impacto dos relacionamentos pessoais nas decisões do escritório. Afinal, temos favoritismos, amizades antigas, lealdades conflituosas e até envolvimentos afetivos atravessam a linha entre o pessoal e o profissional.
No contexto da due diligence de pessoas, é necessário investigar também:
Fazer o mapeamento de conflitos de interesse não é sobre desconfiança, é sobre transparência e prevenção. Afinal, os ambientes corporativos éticos precisam de regras claras para garantir a isenção em processos decisórios.
Jessica Pearson, como sócia administradora, toma decisões arriscadas para proteger o escritório e sua reputação (mesmo que isso signifique agir à margem das regras). Mas líderes que se colocam acima da lei acabam contaminando toda a cultura organizacional.
E não tem como fugir: para o compliance funcionar de verdade, é preciso que o exemplo venha de cima.
Por isso, a due diligence de pessoas deve ser aplicada com rigor ainda maior em conselheiros, sócios e membros do alto escalão, executivos com poder decisório ou acesso a informações sensíveis e também representantes legais da empresa perante órgãos reguladores.
Esse processo envolve não só a análise de conduta profissional anterior, mas também a coerência com os princípios da governança corporativa e do código de ética da organização.
Na série, o segredo de Mike eventualmente vem à tona e quando isso acontece, as consequências são devastadoras: perda de clientes, investigações legais e rompimentos internos.
Esse é o recado final da due diligence: quanto antes os riscos forem identificados, mais chances temos de mitigá-los.
A investigação prévia sobre quem será contratado, especialmente em posições-chave, não é um excesso burocrático: é um escudo.
Afinal, é somente com transparência que se constrói a confiança, e é com confiança que se constrói reputação.
Como você pôde notar, a série Suits é uma aula sobre decisões tomadas no limite e os danos que elas causam quando ignoram a ética, a legalidade e a responsabilidade corporativa.
Embora na ficção possamos torcer por soluções criativas e até questionáveis, no mundo real é preciso agir com prudência. E é por isso que o due diligence de pessoas é tão importante, principalmente para:
Como vimos ao longo do texto, deixar de investigar quem entra para a sua empresa é como contratar o Mike Ross validar sua inscrição na OAB: pode parecer inofensivo no começo, mas os riscos são altos e quase sempre inevitáveis.
A due diligence de pessoas é uma prática que antecipa riscos, protege sua reputação e fortalece a governança corporativa. Não se trata apenas de checar documentos, mas de garantir que cada contratação esteja em sintonia com os valores e os objetivos estratégicos do seu negócio.
E para fazer isso com profundidade, técnica e confidencialidade, você pode contar com a GEP.
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